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Múltiplos olhares em campo: em parceria com pesquisadora francesa, Lemate realiza atividades no Território Meio Oeste Contestado

20/04/2016 11:22

foto monique

 

Dando continuidade aos estudos iniciados em 2011 no Território Meio Oeste Contestado e a tradição de realizar trabalhos acadêmicos em parceria com outras Universidades, o Laboratório de Estudos da Multifuncionalidade Agrícola e do Território (Lemate) realizou uma pesquisa de campo nos municípios de Faxinal do Guedes e Entre Rios nos dias 11, 12 e 13 de abril de 2016. Esta ida ao Meio Oeste Contestado teve como foco compreender melhor algumas estratégias de redução de pobreza desenvolvidas no Território. Participaram das atividades as doutorandas Andréia Tecchio e Monique Medeiros, respectivamente integrantes do Programa de Pós-graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (CPDA/UFRRJ) e do Programa de Pós-graduação em Agroecossistemas, da Universidade Federal de Santa Catarina (PGA/UFSC).

Na tese de doutorado, Andréia Tecchio pesquisa a relação existente entre a territorialização de políticas públicas de luta contra a pobreza, entre elas, o Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Territórios Rurais (PRONAT) e o Programa Territórios da Cidadania (PTC), com a espacialização e a vivência da pobreza no Território Meio Oeste Contestado. Por sua vez, Monique Medeiros enfatiza as limitações da participação de indivíduos em vulnerabilidade socioeconômica em dispositivos coletivos da agricultura familiar, como cooperativas e associações.Para atender os objetivos das pesquisas, foram entrevistados gestores municipais de políticas públicas, conselheiros do Colegiado do Território Meio Oeste Contestado, que representam a sociedade civil, e famílias pobres beneficiárias do Programa Bolsa Família (PBF).

A incursão em campo foi acompanhada pela geógrafa francesa Geneviève Cortes, professora da Université de Montpellier 3. A ida desta pesquisadora ao Meio Oeste Contestado foi possibilitada pelo projeto desenvolvido entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior e o Comitê Francês de Avaliação da Cooperação Universitária com o Brasil (Capes/Cofecub). O projeto “Território, pobreza e políticas públicas: uma abordagem pela territorialização” tem como principal objetivo aprofundar e compartilhar conhecimentos concernentes aos processos de territorialização de políticas públicas que visam à redução da pobreza. No Brasil, este projeto é coordenado pelo professor Renato Maluf e conta com a participação de pesquisadores do Observatório de Políticas Públicas para Agricultura (OPPA), vinculado ao CPDA/UFRRJ, e do Lemate. Na França, está sob a direção da pesquisadora Geneviève Cortes, e é vinculado à Unité Mixte de Recherche Acteurs, Ressources et Territoires dans le Développement (ART-Dev).

A multiplicidade de olhares em campo permitiu também responder algumas questões de pesquisa norteadoras de outro projeto em desenvolvimento pelo Lemate no Território. O projeto intitulado “Estudos de iniciativas de descentralização de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento rural de Santa Catarina”, financiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina (Fapesc), vem sendo colocado em prática no Meio Oeste Contestado desde maio de 2015. Sob a coordenação do professor Fábio Luiz Búrigo, o intuito central de tal trabalho é analisar as interações entre as iniciativas de descentralização estadual e federal na execução de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento rural no Território.

Buscando-se encontrar pontos de proximidade e diferenciação entre realidades empíricas brasileiras e francesas, entre os dias 14 e 15, as doutorandas Andréia Tecchio e Monique Medeiros discutiram seus temas de pesquisa com a pesquisadora francesa. Essas discussões foram conduzidas pelo professor Ademir Antonio Cazella (CCA/UFSC) e colocaram em evidência a importância das atuais parcerias entre as Universidades e Laboratórios de ambos os países, além da busca por estratégias de cooperação no desenvolvimento de futuros trabalhos.

Lançado Retratos da Agricultura Familiar 4 – Lindóia do Sul

11/03/2016 12:18

 

capa Lindoia

Esta publicação é resultado de um estudo realizado com agricultores familiares do município de Lindóia do Sul, localizado na mesorregião Oeste do estado de Santa Catarina, a partir da disciplina Vivência em Agricultura Familiar (VAF), dos cursos de Agronomia e Zootecnia, do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Santa Catarina (CCA/UFSC), campus Florianópolis. Ao todo, 54 estudantes da UFSC realizaram um levantamento socioeconômico e ambiental com os agricultores familiares que os receberam durante a etapa de campo da disciplina, que ocorreu entre os dias 14 de agosto e 03 de setembro de 2014.

A VAF é realizada semestralmente em diferentes municípios de Santa Catarina e envolve famílias de agricultores, que são selecionadas para receber um estudante de graduação durante 21 dias em suas residências e nas suas unidades produtivas. Nesse período, o estudante se integra ao seio familiar em um processo denominado vivência. A família oferece alojamento, alimentação e a oportunidade de o estudante participar das atividades produtivas e organizativas do estabelecimento agropecuário. O principal objetivo desta disciplina é que o estudante se integre às dinâmicas da família rural e da unidade produtiva, vivenciando aspectos socioculturais, organizativos, econômicos, técnico-produtivos, dentre outros, consolidando um processo de aprendizagem.

Durante os 21 dias de vivência, cada estudante aplicou um questionário socioeconômico e ambiental junto à família que o acolheu. Embora o número de agricultores entrevistados e os estabelecimentos familiares visitados reúnam uma amostra significativa da agricultura familiar do município, não é possível fazer generalizações dos resultados para o conjunto do município, em função das especificidades da amostra escolhida e dos critérios preestabelecidos na seleção das famílias. Esses critérios levaram em conta as especificidades da unidade produtiva frente ao caráter da vivência e o interesse da família no acolhimento de um estudante universitário, as condições materiais, a localização do estabelecimento e a estrutura social da família. Essas particularidades fazem com que a amostra dos resultados aqui apresentados não reflita a diversidade social da agricultura familiar do munícipio. Apesar disso, os professores envolvidos na VAF disponibilizam publicamente este material por entenderem que as informações e a discussão dos seus resultados podem ser úteis para as lideranças, organizações sociais e agentes do poder público municipal. Os dados e as análises que constituem esta publicação têm o intuito de colaborar na formulação de novas estratégias de apoio à agricultura familiar e de outras iniciativas que venham a fortalecer o desenvolvimento socioeconômico de Lindóia do Sul e região.

Os questionários foram preenchidos, principalmente, a partir de informações fornecidas pelo/a chefe do estabelecimento, conforme a definição de cada família. Entretanto, é válido enfatizar que os demais membros do grupo familiar também participaram do processo. Os estudantes não realizaram uma entrevista pontual, executada em algumas poucas horas, mas agregaram informações ao longo das três semanas de sua vivência com toda a família. Todas as anotações no questionário-base, que deram origem a esta publicação, foram obtidas com a autorização prévia das famílias, de acordo com critérios éticos estabelecidos pela UFSC em pesquisas semelhantes, em especial no que concerne ao anonimato dos entrevistados e das informações coletadas. Em função do seu teor declaratório, as informações mais complexas prestadas durante a entrevista, a exemplo dos dados financeiros, devem ser tomadas com cautela. Merece também cautela o fato de que, apesar de terem sido revisados posteriormente por diversos professores, os dados primários foram coletados por estudantes que, em sua maioria, não possuem experiência de pesquisa, pois estão em fase intermediária da formação acadêmica.

A tabulação dos dados extraídos dos 54 questionários preenchidos durante a VAF foi obtida por meio do uso do software Sphinx. A sistematização, o processamento dos dados e a elaboração deste estudo foram realizados por integrantes das equipes do Laboratório de Estudos da Multifuncionalidade Agrícola e do Território (Lemate) e do Laboratório de Comercialização da Agricultura Familiar (Lacaf), vinculados ao CCA/UFSC e ao Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas (PGA/UFSC). A redação final da análise contou também com contribuições de outros professores que participam da disciplina VAF e de estudantes do PGA/UFSC.

Lançado Retratos da Agricultura Familiar 3 – Concórdia

11/12/2015 11:47

Publicação1

Esta publicação é resultado de um estudo realizado com agricultores familiares do município de Concórdia, localizado no Alto Vale do Rio Uruguai, região Oeste do estado de Santa Catarina. Tal estudo ocorreu durante a disciplina Vivência em Agricultura Familiar (VAF), ministrada aos cursos de Agronomia e Zootecnia, vinculada ao Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Santa Catarina (CCA/UFSC), campus Florianópolis. A fase de campo, que ocorreu entre os dias 20 de março e 09 de abril de 2014, possibilitou que 64 estudantes realizassem um levantamento socioeconômico e ambiental junto aos agricultores familiares que os receberam.

A VAF é realizada semestralmente em diferentes municípios de Santa Catarina, e conta com a participação direta de famílias de agricultores que são selecionadas para receber um estudante de graduação durante 21 dias em suas residências e nas suas unidades produtivas. Nesse período, o estudante se integra ao ambiente familiar num processo denominado de vivência. A família oferece alojamento, alimentação e a oportunidade do estudante de participar das atividades produtivas e organizativas do estabelecimento agropecuário e da vida comunitária. O principal objetivo desta disciplina é que o estudante se integre às atividades e dinâmicas da família rural e da unidade produtiva, vivenciando aspectos socioculturais, organizativos, econômicos, técnicos, dentre outros.

Durante os 21 dias da vivência, cada estudante aplica um questionário socioeconômico e ambiental junto à família que o recebeu. Mesmo que o número de agricultores entrevistados e os estabelecimentos familiares visitados representem uma amostra significativa da agricultura familiar do município, não é possível fazer generalizações dos resultados para o conjunto do município, em função dos critérios preestabelecidos na seleção das famílias. Esses critérios levam em conta o interesse no acolhimento de um estudante universitário, as condições materiais, a localização do estabelecimento e a estrutura social da família. Essas particularidades podem fazer com que a “amostra” dos resultados aqui apresentados seja diferente da média geral da agricultura familiar do município. Apesar disso, os professores envolvidos na VAF disponibilizam publicamente este material por entender que a informação e a discussão dos seus resultados são úteis às lideranças, organizações sociais e agentes do poder público. Os dados e as análises que constituem esse relatório podem colaborar na formulação de novas estratégias de apoio à agricultura familiar e de outras iniciativas que venham a fortalecer o desenvolvimento socioeconômico de Concórdia e região.

Os questionários foram preenchidos, principalmente, a partir de informações fornecidas pela pessoa identificada pela família como aquela que desempenha o papel de chefe do estabelecimento. Os estudantes não realizaram uma entrevista pontual, executada em algumas poucas horas, mas agregaram informações ao longo das três semanas de sua vivência com a família. O preenchimento do questionário-base, que originou este estudo, foi realizado com a autorização prévia das famílias, de acordo com critérios éticos estabelecidos pela UFSC em pesquisas semelhantes, sobretudo no que concerne ao anonimato dos entrevistados e das informações coletadas. Em função do seu teor declaratório, as informações mais complexas, a exemplo dos dados financeiros, devem ser tomadas com cautela, visto que a maioria dos estudantes que os aplicou está na 4a fase de seus respectivos cursos e ainda não possui habilidades e experiência – profissional, técnica e de pesquisador – para contornar e buscar detalhamentos a possíveis vieses encontrados nas respostas. A tabulação dos dados extraídos dos 64 questionários foi realizada com apoio do software Sphinx. A sistematização, o processamento dos dados coletados e a elaboração deste estudo foram realizados pelas equipes do Laboratório de Estudos da Multifuncionalidade Agrícola e do Território (Lemate) e do Laboratório de Comercialização da Agricultura Familiar (Lacaf), vinculados ao CCA/UFSC e ao Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas (PGA/UFSC). A redação final da análise contou também com contribuições de professores que participam da disciplina VAF e de estudantes do PGA/UFSC.

Pesquisadores do Lemate publicam artigo em Revista Íconos (FLACSO-Equador)

14/09/2015 11:09

ARTIGO

Andréia Tecchio, Luiza Zitzke Oliveira e Ademir Antonio Cazella, com a participação da Prof. Catia Grisa (UFRGS), publicam artigo na revista Íconos,  da Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais (FLACSO)  – sede Equador. Trata-se de um número especial da Revista, voltado para a análise de políticas públicas. O artigo emprega a teoria dos “três is” para analisar a política de desenvolvimento territorial no Meio Oeste Contestado (SC). Seguem, abaixo, o resumo (em espanhol) e o link do artigo completo.

Ideas, intereses e instituciones en la política de desarrollo territorial brasileña: un estudio en el Território Meio Oeste Contestado

Andréia Tecchio, Catia Grisa, Luiza Zitzke Oliveira, Ademir Antonio Cazella
Resumen:

En este artículo se analizan las configuraciones y dinámicas de los actores del Território Meio Oeste Contestado ubicado en el estado de Santa Catarina, Brasil. Este territorio fue constituido a partir de 2003, después de la implementación de la política de desarrollo territorial por el Gobierno de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010). Se investiga cómo las relaciones sociales y políticas fueron establecidas y administradas en el Território; qué actores e intereses estaban en disputa y cómo fueron contemplados; qué ideas e interpretaciones estaban en juego; y qué reglas y normas fueron construidas territorialmente para la negociación y concertación social de los actores. De manera general, se observó que las ideas que los actores territoriales poseen en relación con la política pública de desarrollo territorial difieren de aquellas idealizadas por el Gobierno federal; el principal interés de los actores que participan del Território es recolectar recursos financieros para las organizaciones y municipios que representan; y las frágiles institucionalidades territoriales construidas.

Artigo completo:

http://revistas.flacsoandes.edu.ec/iconos/article/view/1549/1342

 

Pesquisadores do Lemate lançam Coletânea sobre governança fundiária

25/08/2015 16:32

Entre dezembro de 2012 e março de 2015 a Secretaria de Reordenamento Agrário do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SRA/MDA) e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), por meio do Laboratório de Estudos da Multifuncionalidade Agrícola e do Território (Lemate), executaram o Projeto “Análise e intercâmbios internacionais de ordenamento, regularização e crédito fundiário”. Tendo como principal objetivo estimular o debate técnico-científico e político sobre os modelos de governança fundiária, a estratégia do Projeto SRA/UFSC consistiu em aproximar gestores governamentais e lideranças de organizações civis nacionais da Argentina, França, México e Uruguai, cujas trajetórias históricas e/ou processos de reordenamento fundiário possam aportar elementos relevantes para o caso brasileiro. Esta Coletânea reúne os principais conteúdos discutidos durante as missões, oficina, seminário e outras atividades promovidos pelo Projeto.

capa governança fundiária

 

Lançado número 2 da série: Retratos da Agricultura Familiar

11/08/2015 18:17

porto união

O presente relatório é resultado de um estudo realizado com agricultores familiares do município de Porto União, localizado no Norte do estado de Santa Catarina, no decorrer da disciplina Vivência em Agricultura Familiar (VAF), dos cursos de Agronomia e Zootecnia, do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Santa Catarina (CCA/UFSC), campus Florianópolis. Ao todo, 48 estudantes da UFSC realizaram um levantamento socioeconômico e ambiental com os agricultores familiares que os receberam durante a etapa de campo da disciplina. Essa etapa ocorreu entre os dias 15 de agosto e 04 de setembro de 2013.

A VAF é realizada semestralmente em diferentes municípios de Santa Catarina, com as famílias de agricultores selecionadas para receber um estudante de graduação durante 21 dias em suas residências e nas suas unidades produtivas. Nesse período, o estudante se integra ao seio familiar num processo denominado de vivência. Para isso, a família oferece alojamento, alimentação e espaço para o estudante participar das atividades produtivas e organizativas do estabelecimento agropecuário. O principal objetivo da disciplina é que o estudante se integre às atividades e dinâmicas da família rural e da unidade produtiva, vivenciando aspectos socioculturais, organizativos, econômicos, técnicos, dentre outros.

Durante os 21 dias, cada estudante aplica um questionário socioeconômico e ambiental junto à família onde estava realizando a VAF. Embora o número de agricultores entrevistados e os estabelecimentos familiares visitados reúnam uma amostra significativa da agricultura familiar do município, não é possível fazer generalizações dos resultados para o conjunto do município, em função das especificidades da amostra escolhida e dos critérios preestabelecidos na seleção das famílias. Esses critérios levam em conta o interesse no acolhimento de um estudante universitário, as condições materiais, a localização do estabelecimento e a estrutura social da família. Essas particularidades podem fazer com que a amostra dos resultados aqui apresentados seja diferente da média geral da agricultura familiar do munícipio. Apesar disso, os professores envolvidos na VAF disponibilizam publicamente este material por entenderem que a informação e a discussão dos seus resultados podem ser úteis às lideranças, organizações sociais e entes do poder público. Os dados e as análises aqui apresentados podem colaborar na formulação de novas estratégias de apoio à agricultura familiar e de outras iniciativas que venham a fortalecer o desenvolvimento socioeconômico de Porto União e região.

Os questionários foram preenchidos, principalmente, a partir de informações fornecidas pela pessoa identificada pela família como aquela que desempenha o papel de chefe do estabelecimento, porém os demais membros do grupo familiar também participaram do processo. Os estudantes não realizaram uma entrevista pontual, executada em algumas poucas horas, mas agregaram informações ao longo das três semanas de sua vivência com a família. As anotações no questionário-base, que originou este estudo, foram obtidas com a autorização prévia das famílias, de acordo com critérios éticos estabelecidos pela UFSC em pesquisas semelhantes a esta, no que concerne ao anonimato dos entrevistados e das informações coletadas. Em função do seu teor declaratório, as informações mais complexas prestadas durante a entrevista, a exemplo dos dados financeiros, devem ser tomadas com cautela, pois a maioria dos estudantes está na 4ª fase de seus respectivos cursos, e ainda não cursou disciplinas de formação profissionalizante. A tabulação dos dados extraídos dos 48 questionários preenchidos durante a VAF foi obtida por meio do uso do software Sphinx, considerando a variabilidade de estabelecimentos e perfis familiares existentes. A sistematização, o processamento de coleta dos dados e a elaboração deste estudo foram realizados pelas equipes do Laboratório de Estudos da Multifuncionalidade Agrícola e do Território (Lemate) e do Laboratório de Comercialização da Agricultura Familiar (Lacaf), vinculados ao CCA/UFSC e ao Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas (PGA/UFSC). A redação final da análise contou também com contribuições de professores que participam da disciplina VAF e de estudantes do PGA/UFSC.

 

 

Relatório de Pesquisa: Análise e intercâmbios técnico-científicos sobre experiências internacionais de ordenamento, regularização e crédito fundiário

11/06/2015 15:35

capa governança fundiária

O projeto baseou-se na metodologia da análise comparativa e na partilha de conhecimentos sobre as políticas fundiárias, seus alcances e limites, em associação com as histórias agrárias contrastantes de cada país envolvido. Os participantes das diferentes etapas, de um modo geral, compartilharam o desejo de melhorar a governança da terra por meio do acesso mais equitativo, já que a terra é um recurso estratégico para o futuro da agricultura familiar, do desenvolvimento rural e da humanidade. O conceito de governança, que inclui “instituições e atores envolvidos na questão fundiária, expressa uma nova filosofia de ação pública que consiste em tornar o cidadão um ator importante no processo de desenvolvimento” (SOTOMAYOR, 2015). Esse processo deve, portanto, responder a crise de governabilidade que marcou muitos países: a terra, base da alimentação, mas sujeita a múltiplos conflitos, monopolizada e concentrada nas mãos de uma elite agrária.

Literatura recomendada

11/06/2015 14:11

Politicas Públicas de desenvolvimento rural no Brasil

O livro Políticas Públicas de Desenvolvimento Rural no Brasil tem como objetivo proporcionar um panorama do conjunto das políticas públicas que atualmente incidem sobre o meio rural brasileiro, e repercutem na dinâmica econômica e social do país e nas diversas e complexas realidades regionais. Os diversos capítulos abordam a trajetória, as contribuições, os limites e os desafios recentes de políticas agrícolas, agrárias, sociais, ambientais, de segurança alimentar e nutricional, de desenvolvimento territorial, de ciência e tecnologia, e de políticas direcionadas para grupos ou segmentos sociais específicos do meio rural brasileiro. É de conhecimento geral a existência de um amplo conjunto de estudos, relatórios e artigos sobre cada uma das ações e programas públicos analisados neste livro. No entanto, procuramos oferecer uma obra que reunisse estas reflexões e análises, proporcionando uma leitura mais integrada da intervenção do Estado no meio rural nas décadas recentes assim como de suas repercussões sobre as dinâmicas e os processos sociais.

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LEMATE inicia nova pesquisa no Território Meio Oeste Contestado, com o apoio da FAPESC.

29/04/2015 17:24

Estudo de Iniciativas de Descentralização de Políticas Públicas Voltadas ao Desenvolvimento Rural em Santa Catarina

Em 2003 ocorreram em Santa Catarina dois fenômenos ligados ao processo de descentralização político-administrativa. Observa-se, de um lado, a criação pelo governo de estado, de unidades administrativas calcadas numa lógica de ação regionalizada. De outro, o governo federal passa a disponibilizar ao estado catarinense um conjunto de políticas focadas no desenvolvimento de zonas rurais que devem ser gerenciadas a partir de uma abordagem territorial, tentando superar a lógica setorial, municipalista e ao mesmo tempo baseada numa lógica de gestão centralizada que marcavam a execução dessas políticas.

Na esfera estadual essa descentralização se traduz numa ampla reforma administrativa, pela qual grande parte das ações vinculadas ao poder executivo do governo catarinense é transferida para Secretarias de Desenvolvimento Regional (SDR), unidades especialmente planejadas para abranger todos os seus municípios. Na esfera federal, esse processo é caracterizado por diversas ações ligadas à territorialização das políticas públicas, sendo a mais importante àquela coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), por meio da Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT). Essa secretaria procura fomentar a organização dos chamados Territórios Rurais em diversas regiões do país, a partir de uma lógica identitária compartilhamento de valores, crenças, formas de ação e saberes comuns entre atores que coabitam determinadas localidades com características comuns. Depois de criados, esses territórios passaram a se beneficiar do Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Territórios Rurais (Pronat) e outros programas correlatos. Em 2008, a política territorial federal ganhou novo impulso com a criação do Programa Territórios da Cidadania (PTC), pelo qual são selecionadas regiões prioritárias para o desenvolvimento de ações conjuntas entre diversos órgãos públicos e da sociedade civil organizada. A prioridade do PTC é o combate à pobreza em regiões que apresentam baixos índices de desenvolvimento humano. Uma dessas experiências ocorreu na mesorregião oeste de Santa Catarina com criação do Território Meio Oeste Contestado (MOC).

Pesquisas preliminares apontaram a existência de escassos estudos a respeito desse processo de descentralização da gestão pública em curso sobre o meio rural catarinense. Particularmente no que diz respeito ao MOC, região alvo deste projeto, inexistem trabalhos desta natureza. Neste sentido, esta pesquisa pretende analisar os resultados e intercorrências da articulação (ou, inversamente, da baixa articulação) entre as SDR do Estado de Santa Catarina e as políticas púbicas envolvidas na abordagem territorial do governo federal, com foco nas políticas voltadas ao desenvolvimento rural no MOC. Para tanto, optou-se, pelos seguintes procedimentos metodológicos: i) análise de documentos para cada política pública pesquisada; e ii) estudo de caso empírico a ser realizado no MOC.

O objetivo geral da pesquisa é analisar as interações (ações mutuas de articulação) entre as iniciativas de descentralização estadual e federal na execução de politicas públicas voltadas ao desenvolvimento rural no Território Meio Oeste Contestado.

Como objetivos específicos, pretende-se analisar a atuação das Secretarias de Desenvolvimento Regional quanto à execução e articulação de politicas públicas orientadas para o processo de desenvolvimento rural; compreender o grau de articulação entre as Secretarias de Desenvolvimento Regional e os programas federais de desenvolvimento territorial nas ações voltadas ao meio rural; analisar como as iniciativas de descentralização federal e estadual se relacionam com o processo de execução de politicas publicas de desenvolvimento rural. Especialmente: a) O Programa Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Territórios Rurais (Pronat); b) O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf); c) O Programa Nacional de Credito Fundiário (PNCF).

Lançado o primeiro volume da série “Retratos da Agricultura Familiar” – Irineópolis/SC

21/03/2015 20:41

Volume Irineópolis

A disciplina Vivência em Agricultura Familiar (VAF) integra a grade curricular obrigatória dos cursos de Agronomia e de Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da UFSC. Em ambos, a VAF é ministrada na 4ª fase, na transição entre os conteúdos básicos e os profissionais. Durante a disciplina o graduando tem a oportunidade de permanecer três semanas na residência de uma família de agricultor, conhecendo de perto seu ambiente de vida e de trabalho.
O conteúdo programático da VAF foi concebido durante a revisão curricular do curso de Agronomia, ocorrida em 1991. O curso de Zootecnia, quando da sua criação em 2008, também definiu a disciplina como central na formação de seus profissionais. Desde a sua implantação pelos dois cursos até o ano de 2011, a disciplina VAF denominou-se Estágio de Vivência. Essa iniciativa da UFSC representou uma originalidade, já que se tratava da primeira experiência em âmbito nacional. A criação dessa disciplina se deve à percepção de uma crescente demanda desses cursos por estudantes de origem urbana, com pouca relação com as realidades rurais. A VAF atende esse novo perfil estudantil e possibilita uma aproximação da Universidade com a sociedade. De um lado, municípios e agricultores familiares contribuem com a Universidade pública
para formar profissionais minimamente conhecedores da realidade da agricultura familiar catarinense, com toda sua diversidade, de outro, a UFSC interage mais diretamente com as comunidades rurais, tornando-se parceira de seu desenvolvimento.
As publicações semestrais da série Retratos da Agricultura Familiar procuram discutir o perfil da agricultura familiar de municípios em que a VAF foi realizada, tendo por base as experiências dos estudantes junto às famílias de agricultores com as quais eles conviveram durante 21 dias.

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